Memória do Holocausto
A Casa de Anne Frank está localizada no centro de Amsterdã, na Prinsengracht 263-267. Annelies Marie Frank, nascida em 12 de junho de 1929, em Frankfurt, Alemanha, era filha de Otto e Edith Frank. Durante seus primeiros anos, viveu com os pais e a irmã mais velha, Margot, em um apartamento nos arredores da cidade.
Com a ascensão dos nazistas ao poder em 1933, Otto Frank decidiu fugir para a Holanda, onde possuía conexões profissionais. O restante da família seguiu-o pouco depois, sendo Anne a última a chegar, em fevereiro de 1934, após passar um período com os avós na cidade de Aachen.
Em maio de 1940, os alemães ocuparam a Holanda. A partir de julho de 1942, autoridades nazistas e colaboradores holandeses começaram a reunir judeus em toda a Holanda e enviá-los para o campo de trânsito de Westerbork, próximo à cidade de Assen, perto da fronteira alemã. De lá, eram deportados para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau e Sobibór, na Polônia ocupada.
Na primeira semana de julho de 1942, Anne e sua família se esconderam em um edifício nos fundos do escritório da família, na Prinsengracht 263. Pouco depois, juntaram-se a eles outros quatro judeus holandeses. Durante dois anos, viveram no sótão do prédio, espaço que Anne chamava em seu diário de “Anexo Secreto”.
Amigos de Otto Frank, como Johannes Kleiman, Victor Kugler, Jan Gies e Miep Gies, ajudaram a preparar o esconderijo e arriscaram suas vidas contrabandeando alimentos e roupas. Entretanto, em 4 de agosto de 1944, a Gestapo (Polícia Secreta da Alemanha) descobriu o local após receber uma denúncia anônima. No mesmo dia, o sargento Karl Silberbauer, da Gestapo, junto com dois policiais holandeses, prendeu a família Frank e os demais escondidos. Em 8 de agosto, foram enviados para Westerbork.
No mês seguinte, em setembro de 1944, as SS e as autoridades policiais forçaram o grupo a embarcar em um trem de carga rumo a Auschwitz, o maior complexo de campos de concentração na Polônia ocupada. Anne e Margot, devido à sua juventude e capacidade para o trabalho forçado, foram transferidas em outubro de 1944 para o campo de concentração de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha.
Em março de 1945, ambas morreram de tifo, apenas algumas semanas antes da libertação de Bergen-Belsen, que ocorreu em 15 de abril de 1945, pelas tropas britânicas. A mãe de Anne, Edith, morreu em Auschwitz no início de janeiro de 1945. Apenas seu pai, Otto Frank, sobreviveu. Ele foi libertado em Auschwitz pelas forças soviéticas, em 27 de janeiro de 1945.
Durante seu tempo escondida, Anne manteve um diário, registrando seus medos, esperanças e experiências. Após sua prisão, Miep Gies, uma das pessoas que ajudaram a família a se esconder, encontrou e guardou o diário, na esperança de devolvê-lo a Anne. No entanto, como Anne não sobreviveu, Otto Frank recebeu e publicou a obra, que se tornou um dos relatos mais emblemáticos do Holocausto.
O diário de Anne foi traduzido para diversas línguas e é utilizado em milhares de escolas na Europa e nos Estados Unidos. Anne Frank tornou-se um símbolo da perda do potencial de milhões de crianças assassinadas no Holocausto.
A Casa de Anne Frank foi inaugurada como museu biográfico em 3 de maio de 1960, em Amsterdã, nos Países Baixos, preservando sua memória e o impacto de sua história.
Fontes:
United States Holocaust Memorial Museum (USHMM)
Anne Frank House – https://www.annefrank.org/en/museum/