Resiliência e Sobrevivência
Arieh Klein é filho de Jakub e Eva Riegelhaupt Klein. Ele nasceu em 1927 e cresceu em Zilina, Eslováquia. Em 1942, os primeiros trens de deportação para a Polônia passaram por sua cidade. Certa vez, Arieh tentou ajudar as pessoas que estavam nos transportes. Ele foi capturado pelos alemães, mas conseguiu escapar pela janela dos fundos de um banheiro. Apesar desse incidente e da sujeição a uma extensa legislação antijudaica, sua vida permaneceu relativamente inalterada até a eclosão da Revolta Nacional Eslovaca em agosto de 1944.
Com a luta se aproximando, os pais de Arieh receberam um telefonema de um amigo alertando-os para deixarem Zilina imediatamente, pois os alemães estavam chegando. Arieh foi capturado ao tentar cruzar a fronteira entre Zilina e o território controlado pelos guerrilheiros, mas conseguiu se livrar ao fingir que não falava alemão. A família tentou encontrar um lugar mais seguro para se esconder e seguiu para Sunekova Zavadka. De lá, foram para Banska Bystrica e depois para Revuca, onde morava a irmã de Jakub. Permaneceram lá até 22 de outubro de 1944 e, então, escaparam para Podbrezova, acompanhados da irmã de Jakub e seu marido. Seis dias depois, em 28 de outubro de 1944, os alemães reprimiram os remanescentes da revolta, e Arieh e sua família fugiram novamente.
Eles seguiram para Kaliste, uma pequena vila nas profundezas das montanhas, onde encontraram a prima de Jakub, seu marido e seu bebê de sete meses. Foram aconselhados a se esconder atrás da vila em uma pequena cabana, para onde todos os habitantes haviam ido. A prima de Jakub foi para a cabana, mas Jakub temeu que um esconderijo tão lotado pudesse ser facilmente descoberto e decidiu procurar outro local. Naquela noite, soldados alemães encontraram a cabana e forçaram os refugiados a caminhar por quatro horas até outra vila, chamada Kremnica. Lá, os alemães obrigaram-nos a cavar suas próprias covas antes de executá-los.
Após esse quase desastre, os Kleins permaneceram escondidos na floresta. Quando a situação pareceu mais tranquila, Jakub retornou a Kaliste. No entanto, a vila ainda estava sob ocupação alemã, e dois soldados se aproximaram de Arieh e sua mãe. Arieh conseguiu escapar, mas Eva foi capturada e só conseguiu fugir mais tarde. A vida em Kaliste era extremamente difícil. Arieh precisava mendigar de casa em casa por comida, e ele e sua mãe contraíram tifoide.
Os Kleins permaneceram em Kaliste até 18 de março de 1945, quando os alemães, após concluírem que não havia mais guerrilheiros lá, incendiaram toda a vila e mataram a maioria de seus habitantes. Arieh decidiu partir, mas seus pais permaneceram, pois Eva estava doente demais para viajar. Durante sua fuga, Arieh foi atingido por uma mina em sua perna e, em meio a um tiroteio, levou um tiro na mesma perna. Mesmo ferido, conseguiu chegar a uma casa parcialmente destruída na vila, onde encontrou dois meninos. Enquanto limpava seus ferimentos atrás da porta, soldados alemães entraram na casa, jogaram gasolina ao redor e a incendiaram, matando os dois meninos. Arieh escapou por pouco.
Ele foi levado para uma casa onde reencontrou seus pais, mas os alemães chegaram logo depois, procurando por pessoas escondidas no sótão. Jakub, falando alemão, assegurou-lhes que não havia ninguém lá e os conduziu até o local. Os soldados acreditaram nele e foram embora, sem saber que, de fato, havia pessoas escondidas ali. Naquele mesmo dia, a mãe de Arieh sucumbiu à febre tifoide.
Arieh, determinado a salvar sua família, envolveu-se em negócios com um dentista que fabricava coroas de ouro para os russos. Conseguiu algum dinheiro, mas o entregou a uma criança que não comia havia três semanas. Lamentou ter perdido as 20.000 coroas que havia economizado, mas seu pai o tranquilizou, dizendo que seria recompensado. No mesmo dia, aviões lançaram caixas contendo armas, dinheiro e comida. Arieh encontrou uma dessas caixas com cinco milhões de coroas e dividiu o dinheiro com todos.
Entretanto, seu ferimento piorava, e ele precisava de atendimento médico. Foi levado para Rimavska Sobota, onde amigos de seu pai encontraram um excelente médico. Este informou que sua perna teria que ser amputada. Arieh quase morreu durante a cirurgia, mas o médico conseguiu salvar tanto sua vida quanto sua perna. Ele deixou o hospital em 20 de junho de 1945 e retornou a Zilina, onde reencontrou seu pai. No entanto, a maior parte de sua família havia perecido.
Em 1949, Arieh imigrou para Israel.
FONTE: http://collections.ushmm.org/search/catalog/irn516767