Um Eufemismo Cruel
A Conferência de Wannsee, realizada em 20 de janeiro de 1942, em uma casa de campo nos arredores de Berlim, reuniu 15 altos oficiais nazistas e líderes do governo alemão. Convocada por Reinhard Heydrich, chefe do Escritório Central de Segurança do Reich (RSHA), a reunião teve como objetivo coordenar e formalizar a implementação da chamada “Solução Final da Questão Judaica” – o plano de extermínio sistemático dos judeus europeus.
Embora a perseguição aos judeus já estivesse em curso e os assassinatos em massa tivessem começado com a invasão da União Soviética em 1941, a Conferência de Wannsee organizou a logística do genocídio, determinando a deportação em larga escala dos judeus para campos de extermínio na Polônia ocupada. O encontro contou com representantes de diferentes órgãos governamentais, cuja cooperação era essencial para viabilizar o genocídio.
A partir da conferência, as SS assumiram oficialmente a coordenação da implementação da “Solução Final”, utilizando fuzilamentos, fome, doenças e câmaras de gás como métodos principais de extermínio. O evento é considerado um marco no Holocausto, pois demonstrou o planejamento sistemático do genocídio por um Estado moderno, empregando infraestrutura burocrática e administrativa para cometer assassinatos em escala industrial.
De acordo com Pfeffer e Geber (2017), entre 1941 e 1945, cerca de seis milhões de judeus foram assassinados em consequência das políticas nazistas. A maioria das vítimas morreu nos campos de extermínio, construídos especificamente para a aniquilação em massa.
Fontes:
United States Holocaust Memorial Museum (USHMM); Yad Vashem.
PFEFFER, Renato Somber; GEBER, Cláudia Osna. Judaísmo: a identidade que sobreviveu à propaganda nazista. Vozes & Diálogos, Itajaí, v. 16, n. 01, jan./jun. 2017.