O Gueto de Lodz, também chamado de Litzmannstadt, foi estabelecido em abril de 1940 pelos nazistas durante a ocupação da Polônia, tornando-se o segundo maior gueto judeu da Europa, atrás apenas do de Varsóvia. Inicialmente, o gueto foi criado como uma medida temporária enquanto os nazistas decidiam o destino dos judeus da cidade, que abrigava a segunda maior comunidade judaica da Polônia.
A administração do gueto foi confiada a Mordechai Chaim Rumkowski, nomeado Judenälteste (líder dos judeus). Sob sua liderança, o gueto tornou-se o mais longevo do Holocausto devido ao foco na produção industrial, com trabalho forçado em fábricas, principalmente têxteis. Rumkowski acreditava que o trabalho garantiria a sobrevivência da comunidade.
Contudo, em um dos episódios mais trágicos da história do gueto, Rumkowski ordenou a deportação de crianças para o campo de extermínio de Chełmno, em setembro de 1942. Apesar de se autodenominar protetor das crianças, ele implementou uma política de “salvamento” que envolvia a entrega de menores de 10 anos para a deportação.
A vida das crianças no gueto foi marcada pela exploração no trabalho forçado e pela superlotação em orfanatos e colônias. Embora tivessem acesso a escolas e atividades culturais, muitas enfrentaram fome, doenças e o medo constante da deportação.
O gueto de Lodz foi liquidado em agosto de 1944, quando a maior parte de seus habitantes foi deportada para campos de extermínio, incluindo Auschwitz e Chełmno. A resistência judaica no gueto de Lodz foi praticamente inexistente, embora seus habitantes tenham resistido de várias formas ao longo dos anos.
A deportação das crianças e o destino da população do gueto de Lodz estão entre as tragédias mais impactantes do Holocausto.
Fonte: ANDRÉ, Thaily Viviane. As crianças no gueto de Lodz: Vidas e mortes no segundo maior gueto judeu da Polônia ocupada, 1941-1944. 2018. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.