Desafiando Ordens para Salvar Vidas
Luiz Martins de Souza Dantas foi embaixador do Brasil na França a partir de 1922. Durante a invasão alemã em 1940, testemunhou o desespero dos refugiados que tentavam escapar da perseguição nazista. Ciente das restrições impostas pelo governo brasileiro à imigração judaica, ele buscou formas de contornar essa proibição e salvar o maior número possível de vidas.
Em outubro de 1940, obteve autorização do Ministro das Relações Exteriores, Oswaldo Aranha, para conceder vistos excepcionais a refugiados. No entanto, Souza Dantas foi além dessa permissão oficial. Desobedecendo as diretrizes governamentais que proibiam a emissão de vistos a “indesejáveis”, ele concedeu centenas de vistos para judeus e não judeus perseguidos pelo regime nazista.
Graças às suas ações, muitas pessoas conseguiram escapar da França ocupada e buscar refúgio em outros países, incluindo o Brasil. No entanto, nem todos os beneficiados conseguiram partir a tempo. O governo brasileiro, ao descobrir suas ações, planejou puni-lo, mas quando medidas disciplinares estavam sendo discutidas, Souza Dantas já havia se aposentado, garantindo assim sua imunidade.
Ele faleceu em Paris em 1954, sem ter recebido o devido reconhecimento por seu heroísmo em vida. Somente em 2003, sua coragem foi oficialmente reconhecida quando foi declarado Justo entre as Nações pelo Yad Vashem, a maior honraria concedida a não judeus que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto.
Fonte: Yad Vashem. Collections.